Entenda as estratégias e técnicas que o Corpo de Bombeiros usa no combate aos incêndios florestais

Entenda as estratégias e técnicas que o Corpo de Bombeiros usa no combate aos incêndios florestais

Diariamente, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso combate incêndios florestais utilizando técnicas e estratégias essenciais para garantir uma resposta eficaz ao fogo que afeta as cidades do estado.

“A quantidade de pessoal mobilizado em cada incêndio é determinada de maneira estratégica. Enviamos o número mais apropriado para cada situação, pois nossos bombeiros possuem domínio das técnicas adequadas para o combate ao fogo. O que realmente importa é a técnica utilizada, e não a quantidade de militares”, explica o diretor operacional adjunto, tenente-coronel BM Rafael Marcondes.

Os bombeiros realizam o combate direto quando as condições são favoráveis, como a direção do vento e o fácil acesso ao local, assegurando tanto a efetividade quanto a segurança das equipes. Durante essas ações, os militares utilizam sopradores, abafadores e mochilas costais com água, além de caminhões-pipa e caminhonetes equipadas com kits de combate em algumas situações.

Esses equipamentos são utilizados em conjunto para extinção direta do fogo ou para redirecionar as chamas para áreas já devastadas, rios ou zonas alagadas, promovendo uma extinção natural dos incêndios.

O Corpo de Bombeiros também conta com aviões para ajudar no combate direto e reduzir a intensidade das chamas, facilitando o trabalho das equipes. Além disso, os aviões são utilizados para reconhecimento de áreas, enquanto os helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) são empregados para inserir equipes em locais de difícil acesso.

“Temos à disposição aviões do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, que já lançaram mais de 5 milhões de litros de água. Isso é fundamental para nossas ações, pois nos permite combater o fogo de maneira eficiente, reduzindo sua propagação e protegendo o meio ambiente”, afirma o tenente-coronel.

Quando não há acesso direto aos incêndios, as equipes utilizam máquinas para construir aceiros, evitando a expansão das chamas. No Pantanal, por exemplo, há muitas áreas alagadas e turfas que dificultam a chegada dos bombeiros, razão pela qual mais de 30 máquinas estão na região para criar aceiros e abrir estradas.

Outra técnica indireta empregada é o contrafogo, que consiste em atear fogo em pontos estratégicos para conter o avanço das chamas. Essa técnica, no entanto, deve ser executada apenas pelo Corpo de Bombeiros Militar e por órgãos federais e estaduais capacitados, pois requer condições climáticas favoráveis para evitar o descontrole do fogo, que poderia resultar em um novo incêndio florestal.

“O contrafogo é a última estratégia que utilizamos quando as outras abordagens não têm eficácia. É uma técnica arriscada e deve ser realizada apenas por militares treinados, pois é necessário monitoramento constante para garantir que o fogo não se espalhe para outras áreas. Durante o período proibitivo, o uso dessa técnica por pessoas não autorizadas é considerado crime, devido ao risco de danos ambientais”, esclarece o tenente-coronel.

Crime ambiental

O uso irregular do fogo durante o período proibitivo é crime, conforme a Lei Federal de Crimes Ambientais. Neste ano, mais de 20 pessoas já foram presas e 112 foram indiciadas pela Polícia Judiciária Civil. Além disso, o Governo de Mato Grosso já aplicou mais de R$ 80 milhões em multas apenas neste ano.

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