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A abordagem dos Estados Unidos para lidar com o avanço científico da China tem sido criticada como ineficaz, conforme pondera a revista The Economist. A publicação destaca que, em vez de tentar conter o progresso da ciência chinesa, os EUA deveriam focar em avançar suas próprias capacidades para manter a liderança global e aproveitar ao máximo as contribuições dos talentosos cientistas chineses.
Ciência e Segurança Alimentar na China
Um dos grandes destaques do avanço científico chinês é o trabalho realizado pela Academia Chinesa de Ciências (CAS), sediada em Pequim. A CAS é a maior organização de pesquisa do mundo, atuando em diversas áreas, desde a biologia vegetal até a física de supercondutores. Na área de biologia das culturas alimentares, cientistas chineses têm feito descobertas significativas. Por exemplo, identificaram genes que, ao serem removidos, aumentam o comprimento e o peso dos grãos de trigo, melhoram a capacidade de crescimento de culturas como sorgo e milheto em solos salinos, e aumentam a produção de milho em cerca de 10%.
No outono do ano passado, agricultores na província de Guizhou completaram a segunda colheita de um arroz gigante geneticamente modificado, desenvolvido pelos cientistas da CAS. Esses avanços são parte de um esforço estratégico do Partido Comunista Chinês (PCCh) para fortalecer a pesquisa agrícola, considerada crucial para garantir a segurança alimentar do país.
Medindo o Sucesso Científico
A qualidade da pesquisa científica de um país pode ser avaliada pelo número de artigos de alto impacto produzidos anualmente, aqueles que são frequentemente citados por outros cientistas. Em 2003, os Estados Unidos produziam 20 vezes mais desses artigos do que a China. Dez anos depois, essa proporção caiu para quatro vezes, e, em 2022, a China superou tanto os EUA quanto a União Europeia nesse aspecto.
A China também lidera o Índice Nature, uma métrica criada pela revista de mesmo nome que contabiliza artigos publicados em revistas renomadas. Em 2014, a China estava em segundo lugar, contribuindo com menos de um terço dos artigos em comparação com os Estados Unidos. Em 2023, a China alcançou o primeiro lugar. Seis universidades ou instituições chinesas estão agora entre as dez melhores do mundo, de acordo com o Leiden Ranking.
Avanços na Ciência Aplicada
A China tem se destacado nas ciências físicas, química, e ciências da Terra e ambientais. No campo da pesquisa aplicada, o país domina em áreas como painéis solares de perovskita e métodos inovadores para extrair hidrogênio da água do mar. Em maio de 2023, a China anunciou uma fazenda flutuante piloto de hidrogênio na costa sudeste do país, desenvolvida em colaboração com uma empresa estatal de energia.
Além disso, a China produz mais patentes do que qualquer outro país, facilitando a produção em larga escala de inovações físicas. No início deste mês, a nave espacial robótica Chang’e-6 pousou no lado escuro da Lua, coletou amostras de rochas e plantou uma bandeira chinesa, demonstrando o poder científico do país.
Estrutura e Investimento na Ciência Chinesa
A reformulação da ciência chinesa foi alcançada através de investimentos estratégicos, equipamentos avançados e atração de talentos. Desde 2000, os gastos da China em pesquisa e desenvolvimento (P&D) cresceram 16 vezes. Em termos de gastos apenas por universidades e instituições governamentais, a China já ultrapassou os EUA. Os planos quinquenais de desenvolvimento do PCCh incluem projetos científicos ambiciosos em áreas como tecnologias quânticas, inteligência artificial, semicondutores e biotecnologia.
Formação de Cientistas
A China tem implementado programas de incentivo para atrair e reter talentos. Entre 2000 e 2019, mais de 6 milhões de estudantes chineses estudaram no exterior, retornando com novas habilidades e conhecimentos. Atualmente, a China emprega mais pesquisadores do que os Estados Unidos e a União Europeia juntos. Programas como o “Youth Thousand Talents” oferecem bônus significativos e subsídios para jovens pesquisadores, ajudando a consolidar a liderança do país em diversas áreas científicas.
Equipamentos e Infraestrutura
A China investe pesadamente em equipamentos científicos de ponta, como supercomputadores e detectores de raios cósmicos. Laboratórios em instituições acadêmicas chinesas estão equipados com tecnologia de última geração, facilitando avanços científicos rápidos. Exemplos incluem o Advanced Biofoundry do Shenzhen Institute of Advanced Technology, que possui robôs em quatro andares.
Conquistas em Inteligência Artificial
A China contribui com cerca de 40% dos artigos de pesquisa mundiais em inteligência artificial (IA). Em contraste, os EUA contribuem com aproximadamente 10%. O número de estudantes chineses que permanecem no país para estudos de pós-graduação ou trabalho em IA aumentou significativamente nos últimos anos.
Crescimento Contínuo em P&D
O crescimento na qualidade e quantidade da pesquisa científica chinesa não mostra sinais de desaceleração. O governo continua aumentando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com um foco especial em áreas estratégicas. As universidades chinesas estão produzindo um número crescente de doutores em ciência e tecnologia, consolidando a posição do país como um líder global na ciência.
Essa transformação impressionante na ciência e tecnologia chinesa reflete uma combinação de investimentos estratégicos, atração de talentos e desenvolvimento de infraestrutura avançada, colocando a China na vanguarda da pesquisa científica global.